Sondagem feita pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) entre os empresários da construção civil no mês de maio aponta para uma melhora nos ânimos do setor, mesmo com a atividade ainda em declínio. As mudanças no governo são o principal fator para a alteração na expectativa daqueles que responderam ao levantamento no item Condução da Política Econômica, que chegou a 45,75 pontos – um crescimento de 331,2% em relação ao último trimestre.
Apurada trimestralmente pelo SindusCon-SP desde agosto de 1999, a sondagem segue uma escala que vai de “0” a “100”, tendo o valor “50” como centro. Ou seja, abaixo de “50” pode ser interpretado como um desempenho não favorável. A exceção fica apenas por conta do item dificuldades financeiras, cujos valores abaixo de “50” significam dificuldades menores.
O presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, destaca que, apesar do aumento na queda da atividade das construtoras no presente, diminuiu o pessimismo em relação à evolução futura dos fundamentos econômicos. “O que precisa ser feito agora e com urgência é a adoção de medidas que façam as construtoras saírem da recessão, tais como novas PPPs e concessões, estímulo ao crédito imobiliário e destravamento do Programa Minha Casa, Minha Vida”, afirma.
O item Crescimento Econômico registrou variação positiva de 103,7% no trimestre e chegou a 23,42 pontos. Ainda não é possível dizer que os empresários estão otimistas, mas eles se mostram mais confiantes com uma evolução favorável nos próximos meses.
Já as Perspectivas de Desempenho ficaram em 33,32 pontos, alta de 6,7% no trimestre em relação ao anterior, mas ainda com queda de 7,3% no acumulado do ano. As Perspectivas de Evolução dos Custos tiveram alta de 9,3% no trimestre (com 51,89 pontos). No ano o acumulado é de 7,9%. Inflação Reduzida aponta variação de 77,4% no trimestre (27,13 pontos).
Já o item Dificuldades Financeiras teve queda de 2,2% no trimestre (68,66 pontos). É importante lembrar que esse item é o único cujos valores abaixo de “50” significam dificuldades menores.
Se as expectativas mostram sinais de melhor, no presente o item Desempenho da Empresa ainda mostra pessimismo, com queda de 9,7% no trimestre, atingindo 25,03 pontos, novo piso na pesquisa iniciada em agosto de 1999. Desde o mesmo período de 2013, o indicador caiu cerca de 50%, ou seja, é quase a metade do que foi registrado há três anos pela pesquisa, o que reflete o declínio acentuado da atividade desde então.
A produção formal do setor sofre com a redução do investimento das famílias, empresas e governos. Mais de 690 mil postos de trabalho foram fechados, entre maio de 2013 e abril deste ano. O emprego na construção civil teve queda de 14,1% no primeiro quadrimestre de 2016, em relação ao ano passado. A expectativa é de que os postos de trabalho com carteira assinada continuem em queda.
Veja abaixo a avaliação dos empresários sobre os itens que compõem a sondagem:
Fonte: SindusCon-SP/FGV Projetos. ¹Os dados apresentados na tabela estão dispostos numa escala que vai de “0” a “100”, tendo o valor “50” como centro. Ou seja, abaixo de “50” pode ser interpretado como um desempenho não favorável. A exceção fica apenas por conta do item dificuldades financeiras, cujos valores abaixo de “50” significam dificuldades menores.